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26 de junho, Dia Nacional do Diabetes: dicas, cuidados, prevenção e porque essa doença é tão preocupante

O dia 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes.

A data foi criada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre essa doença crônica de altíssima incidência no Brasil e no mundo.

Atualmente, o Brasil é o quinto país em incidência de diabetes mundial e o primeiro da América Latina. 

Ao todo, são aproximadamente 16,8 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros. 

Mundialmente, a China lidera o ranking de países com maior número de pessoas com diabetes registrado, seguida de Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Dados da Federação Internacional do Diabetes indicam que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos vivem com diabetes no mundo (uma em cada dez), e estimam que este número deve crescer para 643 milhões em 2030 e 784 milhões em 2045. 

O aumento contínuo na prevalência da doença representa um desafio global significativo para a saúde pública, e principalmente, para o bem-estar dos indivíduos e suas famílias e da comunidade de modo geral. 

Mas se o diabetes é um problema já tão conhecido e tão amplamente discutido, por que esse número segue crescendo? O que podemos fazer para evitar que a doença afete tantas pessoas mais nos próximos anos? 

Estas e outras perguntas serão respondidas neste artigo, que traz ainda informações sobre cuidados, qualidade de vida, prevenção e dicas para quem tem diabetes. 

O que é diabetes?

Diabetes é uma condição crônica que afeta a forma como o corpo utiliza a glicose (açúcar) presente no sangue.

A glicose é uma fonte de energia essencial para o funcionamento adequado do corpo e, para que ela seja utilizada pelas células, é preciso que a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, permita sua entrada entre elas para ser então metabolizada. 

Quando o corpo não é capaz de produzir insulina ou não consegue empregar de forma adequada o hormônio que produz, ocorre o diabetes, que se classifica em diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.

No primeiro tipo, o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas produtoras de insulina, fazendo com o que o corpo produza pouca ou nenhuma insulina.

Como resultado, a glicose não consegue entrar adequadamente nas células, de forma que os pacientes precisam receber insulina diariamente para manter os níveis adequados de glicose no sangue. 

No tipo 2, o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizar a insulina de forma eficaz.

Geralmente, o diabetes tipo 2 é associado a fatores de risco como excesso de peso, sedentarismo histórico familiar e idade avançada. 

De início, o tratamento pode envolver mudanças no estilo de vida, tais como alimentação e atividade física.

Muitas pessoas conseguem controlar o diabetes tipo 2 com medicação via oral e apenas em alguns casos a aplicação de insulina se faz necessária. 

Outros tipos menos comuns de diabetes são o diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez, diabetes relacionada a medicamentos ou condições médicas, e o diabetes tipo 3c, que ocorre devido a danos no pâncreas. 

O diabetes requer um gerenciamento cuidadoso para evitar complicações de longo prazo como doenças cardiovasculares, danos nos nervos, problemas renais e problemas oculares.

O tratamento envolve monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue, controle da dieta, atividades físicas frequentes e administração de medicamentos ou insulina. 

O sucesso do tratamento e o controle da doença estão diretamente ligados ao autocuidado e à adesão ao tratamento, o que significa seguir correta, adequada e estritamente as recomendações médicas. 

O que quer dizer o nome diabetes mellitus?

Diabetes mellitus é o nome completo da doença mais popularmente conhecida como diabetes somente. 

Diabetes é um termo derivado do grego que significa “sifão” ou “passar através”, referindo-se ao sintoma comum da micção frequente e excessiva observada em pessoas com a doença. 

Mellitus vem do latim e quer dizer “mel” ou “doce” em alusão ao aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, que é característico da doença. 

O termo diabetes mellitus, portanto, descreve a condição crônica em que há níveis elevados de glicose no sangue devido a problemas na produção ou na ação da insulina. 

4 principais motivos porque o diabetes preocupa tanto

Complicações de saúde

O diabetes mal controlado causa níveis persistentemente elevados de açúcar no sangue, que podem danificar vasos sanguíneos e órgãos ao longo do tempo, ampliando as chances de a pessoa desenvolver doenças cardíacas, renais, oculares e neuropatias.

O diabetes também pode afetar negativamente a saúde oral e aumentar o risco de derrames, infecções e amputações.  

Prevalência e impacto global

O diabetes está se tornando cada vez mais comum devido a fatores como envelhecimento da população, urbanização, mudanças no estilo de vida e aumento da obesidade.

Essa alta prevalência tem um impacto significativo na saúde pública, considerando os sistemas de saúde e a qualidade de vida dos indivíduos afetados. 

Custo econômico

O diabetes também gera um grande custo econômico.

Os gastos com cuidados de saúde relacionados à doença são altos tanto para os indivíduos quanto para os sistemas de saúde com o acompanhamento da doença em si, tratamento de complicações e cuidados a longo prazo.

Além disso, o diabetes pode levar a incapacidades e afastamentos do trabalho, resultando em perda de produtividade econômica. 

Qualidade de vida prejudicada

Viver com diabetes requer um gerenciamento cuidadoso e contínuo da doença. 

Os pacientes precisam monitorar os níveis de açúcar no sangue, administrar as medicações e adotar um estilo de vida saudável, o que tem um custo financeiro, emocional e social. 

O diabetes impacta significativamente na vida das pessoas, porque interfere nas atividades diárias, nas escolhas alimentares, nas rotinas e relações sociais.  

Por isso, é importante promover a conscientização das pessoas e da sociedade em geral sobre a prevenção do diabetes, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado a fim de reduzir os impactos dessa doença crônica. 

Por que quem tem diabetes corre mais risco de precisar amputar membros?

Pessoas com diabetes têm maior risco de amputação de membros devido a uma complicação chamada neuropatia diabética e à doença arterial periférica. 

A neuropatia diabética é causada pelo alto nível de açúcar no sangue ao longo do tempo.

Ela afeta os nervos dos membros inferiores e pode levar à perda de sensação e à redução da percepção de dor.

Isso significa que uma pessoa com diabetes pode ter uma lesão em seus pés, como um corte ou uma úlcera, e não perceber de imediato. 

Sem tratamento adequado, essas lesões podem se agravar e se tornar infecções graves.

Já a doença arterial periférica é caracterizada pela redução do fluxo sanguíneo para os membros, especialmente para as pernas e pés.

Associada ao diabetes, causa o estreitamento e o endurecimento das artérias que fornecem sangue para os membros inferiores. 

Como resultado, a circulação sanguínea é comprometida, o que pode levar à formação de úlceras e dificultar a cicatrização de feridas.

Quando feridas, úlceras ou infecções não são tratadas adequadamente, o suprimento sanguíneo insuficiente e a falta de sensibilidade podem levar à morte do tecido, um quadro conhecido como gangrena. 

Em casos graves, quando a gangrena não pode ser controlada ou tratada, a amputação se torna necessária para evitar a disseminação da infecção.

É importante destacar que o controle adequado do diabetes ajuda a reduzir o risco de complicações graves, como a amputação de membros. 

Além disso, é fundamental cuidar da saúde dos pés, inspecionando-os diariamente, mantendo uma boa higiene e utilizando calçados adequados.

Como é a vida de quem tem diabetes? Há muitas limitações?

O diabetes exige atenção e cuidados diários, mas a maior parte das pessoas com a doença consegue levar uma vida ativa e saudável.

Isso acontece quando elas seguem corretamente o tratamento e adotam hábitos saudáveis de vida.

Os cuidados variam conforme o tipo de diabetes, a gravidade da doença e outros fatores individuais, e algumas limitações podem ser necessárias, como evitar o consumo de açúcar, por exemplo.

As pessoas com diabetes, no entanto, precisam ter uma boa noção de autocuidado e realizar um gerenciamento cuidadoso da sua condição, que pode incluir:

  1. Monitoramento dos níveis de glicose no sangue, diversas vezes ao dia, por meio de um medidor específico para garantir que os níveis de açúcar estejam dentro da faixa-alvo.
  2. Administração de insulina ou medicamentos, seja por meio de injeção, que a própria pessoa pode aplicar, ou via oral. 
  3. Atendimento a uma dieta equilibrada, composta de alimentos nutritivos, porções controladas e distribuição adequada de carboidratos ao longo do dia. 
  4. Realização de atividade física regular, que ajuda a controlar os níveis de açúcar, melhora a sensibilidade à insulina e promove a saúde de modo geral. 
  5. Gerenciamento do estresse, que afeta os níveis de glicose no sangue. Isso pode envolver técnicas de relaxamento, meditação, yoga e outros. 

É possível prevenir o diabetes?

O diabetes tipo 1 não pode ser prevenido, pois é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. 

Já o diabetes tipo 2, que é o tipo mais comum de diabetes, está fortemente associado a estilo de vida e fatores de risco. 

Dessa forma, é possível adotar medidas para ajudar a preveni-lo ou retardar seu aparecimento, tais como:

  • Optar por uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis
  • Reduzir o consumo de alimentos processados, açúcares, gorduras saturadas e sal
  • Manter um peso saudável 
  • Praticar atividade física regular como caminhadas, natação, ciclismo e outras
  • Evitar o sedentarismo, reduzindo o tempo que passa sentado ou inativo durante o dia 
  • Praticar exercícios de relaxamento ou meditação para reduzir o estresse
  • Dedicar-se a hobbies que tornem a vida mais ativa e com bem-estar
  • Realizar check up médico regular e exames de rotina 

Embora essas medidas ajudem a reduzir o risco de desenvolver diabetes, não há garantia absoluta de prevenção. 

No entanto, ter um estilo de vida saudável contribui muito para a saúde em geral, o que torna válido todos os cuidados. 

Por que algumas pessoas não levam o diabetes a sério?

A falta de conhecimento sobre os riscos e complicações associados ao diabetes é a principal razão porque algumas pessoas não dão a devida atenção ao problema. 

Muitas pessoas não estão cientes das consequências graves de não tratar o diabetes adequadamente e acabam subestimando a seriedade da doença.

Além disso, o diagnóstico pode ser um choque para algumas pessoas, que optam por negar o problema ao invés de enfrentar a realidade da doença e assumir a responsabilidade por sua saúde. 

Lidar com o diabetes é emocionalmente desafiador, pois traz sentimentos de frustração, tristeza, raiva ou desesperança, que afetam a motivação e a capacidade de tratar adequadamente a doença. 

Barreiras sociais e econômicas, como falta de apoio familiar, pressões externas, dificuldade de acesso a cuidados, tratamento, medicação e alimentação adequada também influenciam na forma como as pessoas lidam com o diabetes. 

E por fim, é importante citar o burnout do diabetes, que nada mais é do que um esgotamento causado pelo sentimento de sobrecarga com as demandas diárias da doença, 

O gerenciamento constante do diabetes pode ser cansativo e desgastante, causando desmotivação e relaxamento do autocuidado. 

Por isso, o apoio das pessoas próximas, principalmente dos familiares, é crucial para que o paciente se mantenha firme no tratamento e com todos os cuidados. 

Como ter qualidade de vida mesmo com diabetes?

Qualidade de vida e diabetes podem caminhar lado a lado.

É preciso esforço e disciplina, mas uma vez que o cuidado passa a fazer parte da rotina, tudo fica mais fácil. 

Educar-se sobre a doença, cuidar da alimentação, fazer exercícios, manter-se hidratado, monitorar os níveis de glicose, seguir as recomendações do médico de confiança e não negligenciar os cuidados são os principais pontos de atenção para quem deseja ter qualidade de vida e bem-estar mesmo com diabetes. 

9 dicas para quem tem diabetes

O presente é o melhor momento para agir e evitar as complicações do diabetes.

Agir o quanto antes é o melhor para se estar no controle do problema, e não ser controlado por ele. 

Sempre é tempo de mudar os hábitos e girar a chave para uma vida saudável e aqui estão algumas dicas para isso: 

  1. Evite a hiperglicemia tendo horários certos para comer 
  2. Consulte um nutricionista especializado em diabetes para montar uma dieta equilibrada, com alimentos adequados e nas quantidades certas 
  3. Relate qualquer novo sintoma ao enfermeiro ou ao médico que o acompanha
  4. Não repita a aplicação de insulina se houver sangramento após a injeção, apenas aperte o local com uma bola de algodão até cessar o sangue
  5. Não ignore sinais como fome, sudorese, tremores, fadiga, fraqueza e incapacidade de pensar claramente, pois a hipoglicemia pode gerar confusão, convulsões e coma
  6. Não dirija se estiver sentindo algum dos sintomas acima pelo risco de causar acidentes
  7. Procure atendimento imediato se estiver com febre, mal-estar e sintomas de hiperglicemia 
  8. Revise cuidadosamente seus pés uma vez por dia para checar o aparecimento de lesões, perda de sensibilidade, dores ou alterações na pele
  9. Mantenha sua rotina de cuidados, inclusive com a aplicação da insulina, mesmo quando estiver fora de casa ou em viagem 

Dicas para transportar insulina em viagens 

  • Se você utiliza a caneta de insulina, mantenha-a longe do sol e do calor
  • Se você utiliza frasco de insulina com aplicações por meio de injeções, leve o frasco dentro de uma caixa de isopor ou bolsa térmica junto a gelo reutilizável
  • Não utilize pedras de gelo porque a insulina não pode ser congelada
  • O gelo reutilizável deve ser colocado na caixa de isopor ou térmica após perder a camada de gelo que se forma sobre ele quando há líquido em sua superfície, assim o conteúdo pode ser mantido de 2 a 8 graus
  • Para isso, deixe-o em temperatura ambiente após ser retirado do congelador

Qual o especialista indicado para tratar o diabetes?

O endocrinologista é o especialista que se dedica ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças hormonais, incluindo o diabetes. 

Esses profissionais possuem conhecimentos específicos sobre a fisiologia do diabetes, seus diferentes tipos, opções de tratamento e estratégias de gerenciamento.

O clínico geral e o médico de família podem oferecer as orientações iniciais, pois eles têm conhecimentos básicos sobre o diabetes. 

No entanto, em casos mais complexos ou quando há dificuldade no controle da doença, é recomendado o encaminhamento para o endocrinologista.

É importante lembrar que o tratamento do diabetes é multidisciplinar, envolvendo também enfermeiros, nutricionistas e educadores em diabetes. 

Trabalhando em equipe, eles podem fornecer orientações abrangentes sobre dieta, exercícios, medicamentos e monitoramento da glicemia, ajudando a alcançar um bom controle da doença e uma melhor qualidade de vida.

O plano de saúde cobre tratamento contra diabetes?

Sim, o diabetes mellitus (CID 10 – E10) faz parte das doenças listadas no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que devem  ser cobertos pelos planos de saúde.

É possível fazer o tratamento e acompanhamento pelo SUS?

O Sistema Único de Saúde oferece assistência médica e acesso a medicamentos para o tratamento do diabetes, tanto para consultas quanto para exames e remédios relacionados à condição.

No SUS, o primeiro passo é buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). 

Lá, o paciente será avaliado por um clínico geral ou médico de família, que fará o diagnóstico do diabetes para iniciar o tratamento adequado. 

Em alguns casos, ocorre o encaminhamento para o endocrinologista ou para um serviço especializado em diabetes.

O SUS disponibiliza medicamentos antidiabéticos gratuitamente em suas farmácias, mediante apresentação de prescrição médica, e oferece acesso a exames laboratoriais e exames complementares para monitorar a glicemia e avaliar a saúde em geral.

Recomenda-se entrar em contato com a UBS mais próxima para obter informações específicas sobre os serviços disponíveis, horários de atendimento e documentação necessária.

Agora que você entendeu sobre a importância de dar atenção ao diabetes, aprenda mais sobre a doença em si no artigo Diabetes: guia essencial sobre a doença

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