Dia 28 de julho é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2010 para alertar sobre a importância de prevenir e controlar essa doença, que causa 1,4 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
Esta data foi escolhida em homenagem ao cientista ganhador do Prêmio Nobel, Dr. Baruch Blumberg, nascido em 28 de julho, que foi o descobridor do vírus da hepatite B e criador de um teste diagnóstico e da vacina para este tipo de hepatite.
Hepatites virais são a segunda maior causa de mortes por doenças infecciosas, ficando atrás apenas da tuberculose, e 9 vezes mais pessoas são infectadas com hepatite do que com HIV, vírus causador da AIDS.
No Brasil, nos últimos 20 anos, mais de 700 mil casos de hepatites virais foram notificados, com mais de 80 mil mortes no mesmo período, a maioria por hepatite C.
Em 2019, o Ministério da Saúde instituiu a campanha Julho Amarelo para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.
Hepatites são evitáveis, e há um esforço mundial para eliminá-las até 2030.
Ainda é preciso investir em testes e tratamentos para que as metas globais sejam atingidas, mas acima de tudo, é necessário que as pessoas saibam mais sobre as hepatites e aprendam a se prevenir para evitar a contaminação.
Neste artigo, você vai saber tudo sobre os cinco tipos de hepatites virais, contágio, diagnóstico, sintomas e tratamento, além de formas de evitar a doença e contribuir, assim, para a redução ou mesmo a eliminação das hepatites no mundo.
O que é hepatite?
Hepatite é uma inflamação do fígado, que tem como sintomas mais comuns a icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), fadiga, mal-estar, dor abdominal, náuseas, vômito, urina escura, fezes claras e febre.
O que causa a hepatite?
A hepatite pode ser causada por diferentes fatores como álcool, drogas, medicamentos, substâncias tóxicas e doenças autoimunes, mas a causa mais comum da hepatite são os vírus.
Quais são os tipos de hepatites virais existentes?
Existem cinco principais tipos de hepatites virais, designados pelas letras A, B, C, D e E.
Cada tipo é causado por um vírus diferente e possui características específicas.
Principais características e formas de contágio das hepatites virais
Hepatite A (HAV)
É geralmente aguda e autolimitada, que apresenta sintomas como fadiga, náuseas, vômitos, icterícia e urina escura.
A transmissão se dá, principalmente, pela ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de uma pessoa infectada, mas também pode ocorrer por contato pessoal próximo com alguém doente.
A contaminação ocorre com mais frequência em áreas com más condições de saneamento básico, por isso, adotar boas práticas de higiene e saneamento é muito importante para evitar a doença.
Para prevenir a hepatite A de forma eficaz, a vacinação é fortemente recomendada.
Hepatite B (HBV)
A infecção por hepatite B pode ser aguda (duração limitada) ou crônica (persistente).
A gravidade da hepatite B depende de fatores como a idade da pessoa afetada, o estado geral de saúde, a presença de outras doenças hepáticas ou condições médicas e a resposta do sistema imunológico ao vírus.
Em alguns casos, a hepatite B pode ser assintomática ou causar apenas sintomas leves e temporários como fadiga, icterícia, dores articulares e abdominais.
No entanto, em outras situações, a infecção pode se tornar crônica e levar a complicações graves como cirrose hepática ou câncer de fígado, o que a torna mais preocupante.
A hepatite B é transmitida pelo contato com fluidos corporais infectados como sangue, sêmen ou secreções vaginais.
Pode ocorrer por contato sexual desprotegido, compartilhamento de agulhas contaminadas, de mãe para filho durante o parto ou por meio de procedimentos médicos não seguros.
Para não contrair a doença, é muito importante evitar comportamentos de risco como o compartilhamento de objetos cortantes e a prática de sexo desprotegido.
A vacinação é a principal forma de prevenção da hepatite B.
Hepatite C (HCV)
A hepatite C também é considerada uma forma grave de hepatite, que pode levar a uma infecção crônica do fígado, resultando em danos hepáticos progressivos ao longo do tempo.
A gravidade da hepatite C varia de pessoa para pessoa, dependendo de vários fatores, incluindo a resposta individual do sistema imunológico e o estado geral de saúde do paciente.
Uma das características mais preocupantes da hepatite C é que muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas específicos nos estágios iniciais da infecção.
Como resultado, a doença pode permanecer não diagnosticada por muitos anos, o que leva a complicações graves como cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer de fígado), já que o vírus age mesmo no período assintomático, danificando o fígado silenciosamente.
Nem todas as pessoas com hepatite C desenvolvem doenças hepáticas graves; alguns pacientes podem eliminar o vírus espontaneamente, enquanto outros podem responder bem ao tratamento antiviral, que visa a cura da infecção.
Atualmente, existem medicamentos altamente eficazes para tratar a hepatite C, e a taxa de cura é bastante alta em pacientes que seguem o tratamento recomendado.
A hepatite C é transmitida, principalmente, por contato direto com o sangue de uma pessoa infectada.
O compartilhamento de agulhas é uma das principais vias de transmissão, que também pode ocorrer durante procedimentos médicos não seguros e, menos comumente, por contato sexual desprotegido.
Por isso, a prevenção depende muito da adoção de práticas seguras, como o uso de agulhas descartáveis, proteção em relações sexuais e realização de procedimentos médicos em locais confiáveis e com cuidados adequados, já que não existe vacina contra a hepatite C.
Hepatite D (HDV)
O vírus da hepatite D requer a presença do vírus da hepatite B para se reproduzir.
A infecção simultânea de HBV e HDV é chamada de coinfecção e a infecção do HDV em uma pessoa já infectada pelo HBV é chamada de superinfecção.
A gravidade da hepatite D é considerada mais alta do que a hepatite B sozinha, pois a infecção pelo HDV pode agravar o dano ao fígado e aumentar o risco de desenvolvimento de cirrose hepática e insuficiência hepática aguda.
Além disso, a hepatite D crônica está associada a uma taxa mais alta de progressão para doença hepática grave.
As principais vias de transmissão do HDV são semelhantes às do HBV, incluindo contato com sangue contaminado, compartilhamento de agulhas, sexo desprotegido com um parceiro infectado e de mãe para filho durante o parto.
A melhor forma de prevenção contra a hepatite D é por meio da prevenção da hepatite B, pois o HDV precisa do HBV para se replicar.
A vacinação contra a hepatite B é uma medida importante para evitar a infecção pelo HBV e, consequentemente, para evitar também a hepatite D.
Para as pessoas que já têm hepatite B, é fundamental tomar precauções para evitar a transmissão do HDV.
O tratamento da hepatite D é complexo e muitas vezes envolve o uso de medicamentos antivirais específicos, com o objetivo de suprimir a replicação do vírus da hepatite B, pois assim o HDV não pode se replicar.
Hepatite E (HEV)
A hepatite E é, geralmente, uma doença aguda e autolimitada, com sintomas semelhantes aos da hepatite A.
Seus sintomas incluem febre, fadiga, náuseas, vômitos, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados) e aumento das enzimas hepáticas.
Também é transmitida pela ingestão de alimentos ou água contaminados, especialmente em áreas com saneamento deficiente.
Em geral, a maioria das pessoas com hepatite E se recupera completamente e não desenvolve complicações graves, mas em algumas situações, a doença pode se tornar bastante séria.
Mulheres grávidas que contraem hepatite E, principalmente no terceiro trimestre da gestação, podem desenvolver falência hepática aguda, condição que coloca a vida de mãe e bebê em risco.
Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, com outras doenças hepáticas crônicas ou imunodeficiências podem desenvolver a forma crônica da hepatite E, que leva a complicações graves semelhantes às observadas em outros tipos de hepatite crônica.
Não há vacina específica para a hepatite E, por isso, a prevenção envolve a melhoria das condições de saneamento e a adoção de boas práticas de higiene.
Como a hepatite é diagnosticada?
O diagnóstico da hepatite envolve uma combinação de histórico médico, exame físico e testes laboratoriais.
O médico começará fazendo perguntas sobre seus sintomas, histórico médico, estilo de vida, e exposição a fatores de risco como uso de drogas injetáveis, práticas sexuais de risco ou viagens para áreas de alta prevalência de hepatite.
Um exame físico também será realizado para procurar sinais de doença hepática e, na sequência, o médico poderá pedir exames.
O processo de diagnóstico pode variar dependendo do tipo de hepatite suspeita e dos sintomas apresentados.
Quais são os exames necessários para o diagnóstico da hepatite?
- Exames de sangue para detectar a presença de antígenos e anticorpos específicos relacionados ao vírus da hepatite, avaliar a função hepática e medir os níveis de enzimas hepáticas, bilirrubina e outras substâncias no sangue.
- Testes de carga viral, quando necessário, para quantificar a quantidade de vírus no sangue, especialmente em casos de hepatite B e C.
- Biópsia hepática, quando necessário, para obter uma amostra de tecido hepático para avaliar o grau de inflamação e fibrose no fígado. Atualmente, existem alternativas não invasivas, como a elastografia hepática, que avalia a rigidez do fígado sem a necessidade de biópsia.
- Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), podem ser utilizados para visualizar o fígado e verificar se há sinais de inflamação ou alterações no órgão.
- Testes de antígenos de superfície da hepatite B (HBsAg) e anticorpos do núcleo da hepatite B (anti-HBc).
- Testes para detectar anticorpos contra o vírus da hepatite C (anti-HCV).
- Exames de genotipagem, em caso de hepatite C, para determinar o subtipo específico do vírus, importante para o planejamento do tratamento.
O diagnóstico preciso da hepatite é importante para a definição do tratamento e para monitorar a saúde do fígado ao longo do tempo.
Quais são os tratamentos existentes para a hepatite?
Os tratamentos para a hepatite variam conforme o tipo específico de hepatite e o estágio da doença (aguda ou crônica).
No caso das hepatites A e E, que são autolimitadas, o tratamento consiste de repouso, hidratação adequada e cuidados com a alimentação até que os sintomas cessem.
Para a hepatite B aguda, o tratamento geralmente é de suporte, com foco no repouso e no alívio dos sintomas.
Para a hepatite B crônica, existem medicamentos antivirais disponíveis que podem suprimir a replicação do vírus e reduzir o dano hepático, tais como interferon alfa e inibidores da transcriptase reversa, como entecavir, tenofovir e lamivudina.
A hepatite C é tratável com medicamentos antivirais de ação direta (DAAs), porém o tratamento deve ser personalizado com base no genótipo específico do vírus, a presença de complicações e outros fatores individuais.
Para a hepatite D não há tratamento específico, a não ser o controle da hepatite B, já que o vírus da hepatite D requer a presença do vírus da hepatite B para se replicar.
É importante lembrar que o tratamento para qualquer tipo de hepatite deve ser conduzido por um profissional de saúde especializado em doenças hepáticas.
Existe cura para a hepatite?
A cura para a hepatite vai depender do tipo específico da doença e da fase da infecção.
Para a hepatite A, não existe tratamento específico, mas geralmente o corpo é capaz de eliminar o vírus sozinho e a maioria das pessoas se recupera completamente sem desenvolver uma infecção crônica.
No caso da hepatite B aguda, a maioria das pessoas se recupera espontaneamente e desenvolve imunidade duradoura contra o vírus.
Já em caso de hepatite B crônica, existem medicamentos antivirais que podem ajudar a suprimir a replicação do vírus e reduzir o dano hepático; em alguns casos, os antivirais podem até mesmo levar à cura da hepatite B crônica.
A hepatite C é tratável e curável na maioria dos casos com o uso de medicamentos antivirais de ação direta (DAA), que têm altas taxas de sucesso na erradicação do vírus C do organismo.
A cura significa que o vírus não pode mais ser detectado no sangue após o tratamento bem-sucedido.
Não existe um tratamento específico para a hepatite D, mas a cura pode ser alcançada por meio do controle da hepatite B, uma vez que o vírus da hepatite D depende do vírus da hepatite B para se replicar.
Se a replicação do HBV for controlada, o HDV também será controlado.
Também não há um tratamento específico para a hepatite E, mas a maioria das pessoas se recupera completamente, embora não existam medicamentos específicos para eliminar o vírus.
Se, em alguns casos, os sintomas demoram para se manifestar, como posso saber que estou com hepatite?
Normalmente, o tipo de hepatite em que os sintomas demoram para se manifestar é a hepatite C, que é transmitida pelo contato direto com o sangue de uma pessoa contaminada.
Nesse caso, é preciso prestar atenção ao seu comportamento e estilo de vida para considerar uma possível contaminação por hepatite C.
Se você compartilhou seringas, teve relações sexuais sem proteção ou se submeteu a procedimentos médicos sem cuidados adequados, a sugestão é procurar um médico para que avalie a necessidade de solicitar exames que possam indicar presença do vírus.
Uma vez detectada a contaminação, ainda que assintomática, o médico irá orientar quanto à conduta mais adequada.
Alguns sintomas da hepatite costumam ser leves e podem passar despercebidos.
Por isso, esteja atento aos sinais que podem indicar a presença da doença e procure um médico para fazer o diagnóstico, uma vez que o tratamento precoce é essencial para prevenir complicações.
Sinais que merecem atenção:
- Cansaço constante e falta de energia
- Dor ou desconforto na região abdominal, principalmente no lado direito, onde o fígado está localizado
- Diminuição do apetite e perda de peso
- Problemas digestivos como náuseas e vômitos
- Febre baixa
- Pele e olhos amarelados
- Urina escura
- Fezes com uma coloração mais clara ou esbranquiçada
Como é a vida de uma pessoa com hepatite crônica?
A maior parte das pessoas com hepatite crônica pode levar uma vida relativamente normal, especialmente se a doença estiver sob controle e os cuidados apropriados forem seguidos.
Fatores como o tipo de hepatite, o estágio da doença, a resposta ao tratamento e o cuidado com a saúde geral influenciam muito na qualidade de vida do paciente crônico.
Aspectos importantes relacionados à vida de uma pessoa com hepatite crônica incluem:
- Monitoramento médico: pessoas com hepatite crônica geralmente precisam de acompanhamento médico regular para monitorar a saúde do fígado e o progresso da doença.
Isso pode incluir exames de sangue para avaliar a função hepática, testes de carga viral (no caso de hepatite B e C) e exames de imagem, como ultrassonografias hepáticas.
- Estilo de vida saudável: manter um estilo de vida saudável é crucial para pessoas com hepatite crônica.
Isso inclui evitar o consumo excessivo de álcool, que pode agravar o dano hepático, e manter uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e com baixo teor de gordura.
- Tratamento: Nem todos os casos de hepatite crônica requerem tratamento imediato.
Tratamentos podem ser necessários em casos de hepatite B e C para suprimir a replicação do vírus e prevenir o dano hepático adicional.
- Apoio emocional: receber um diagnóstico de hepatite crônica pode causar ansiedade, ser estressante e emocionalmente desafiador.
Muitas pessoas encontram suporte em grupos de pacientes, terapeutas ou profissionais de saúde mental para lidar com os aspectos emocionais da doença.
- Prevenção: se uma pessoa com hepatite crônica estiver tendo relacionamentos sexuais ou morando com alguém, é importante informar seus parceiros sobre o diagnóstico para que possam tomar as devidas precauções e realizar exames de rastreamento.
É essencial que as pessoas com hepatite crônica sigam as orientações do médico, adotem um estilo de vida saudável e mantenham-se informadas sobre sua condição.
Tudo isso, somado ao tratamento e o cuidado adequado, pode ajudar a retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Quais são as complicações da hepatite?
As complicações da hepatite variam conforme o tipo de hepatite (hepatite A, B, C, D ou E) e da gravidade da infecção.
As hepatites virais podem variar desde casos leves e autolimitados até formas mais graves e crônicas.
Aqui estão algumas das complicações mais comuns associadas às diferentes formas de hepatite:
- Hepatite fulminante: em casos raros, a hepatite aguda pode progredir para uma forma fulminante, caracterizada por insuficiência hepática grave e rápida.
Essa condição pode ser fatal e geralmente requer tratamento de suporte intensivo e, em alguns casos, transplante de fígado.
- Hepatite crônica: ocorre quando a infecção viral persiste no fígado por mais de seis meses.
A longo prazo, a hepatite crônica pode levar a diversas complicações.
- Cirrose hepática: danos extensos e permanentes no fígado podem levar à cirrose, que é caracterizada por uma cicatrização excessiva do tecido hepático.
A cirrose pode causar comprometimento da função hepática, insuficiência hepática e aumenta o risco de câncer de fígado.
- Carcinoma hepatocelular (CHC): pacientes com hepatite crônica têm um maior risco de desenvolver câncer de fígado.
Esse risco aumenta em casos de hepatite crônica B e C.
- Insuficiência hepática: a progressão da hepatite crônica pode levar à insuficiência hepática, quando o fígado não é mais capaz de realizar suas funções essenciais para o organismo.
A infecção simultânea com o vírus da hepatite D em indivíduos já infectados pelo vírus da hepatite B pode agravar significativamente o quadro e aumentar o risco de insuficiência hepática.
- Complicações durante a gravidez: a hepatite viral pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o feto.
A hepatite E, por exemplo, pode levar a formas graves de hepatite durante a gravidez.
Quais são os locais de maior incidência das hepatites?
As hepatites virais são doenças comuns em todo o mundo, mas a sua incidência varia de acordo com o tipo de hepatite e a região geográfica.
A incidência da hepatite A é mais alta em áreas com condições de saneamento inadequadas e higiene precária.
É um tipo de hepatite comum em países em desenvolvimento ou em regiões com baixos padrões de higiene e infraestrutura.
Surtos de hepatite A também podem ocorrer em comunidades com aglomeração, como acampamentos, prisões e áreas afetadas por desastres naturais.
A hepatite B é uma infecção global, mas sua incidência é mais elevada em algumas regiões da África, Ásia e do Pacífico, áreas onde a infecção é endêmica.
A hepatite C também é encontrada em todo o mundo, mas é mais prevalente em algumas regiões da África, América Latina, Europa Oriental e Sudeste Asiático.
A incidência da hepatite D é a mesma da hepatite B; em áreas onde a hepatite B é endêmica, a hepatite D também pode ser encontrada.
A hepatite E é mais comum em regiões com falta de saneamento básico e de acesso adequado à água potável.
Ela é endêmica em muitos países asiáticos e africanos, onde surtos da doença podem ocorrer durante inundações e desastres naturais.
É importante lembrar que as hepatites virais podem ocorrer em qualquer lugar do mundo, e que as medidas preventivas devem ser adotadas igualmente em todos os locais.
Que vacinas previnem contra a hepatite?
Existem vacinas eficazes para prevenir as infecções causadas pelos vírus da hepatite A e B.
Não há vacina disponível para prevenir a hepatite C, D ou E, mas as vacinas contra a hepatite A e B ajudam reduzir a incidência dessas formas da doença.
Veja abaixo detalhes sobre cada uma dessas vacinas:
Vacina contra Hepatite A
A vacina contra a hepatite A é inativada, composta por partículas do vírus da hepatite A que foram tratadas para que não causem a doença.
Ela é altamente eficaz na prevenção deste tipo de hepatite e é recomendada para qualquer pessoa que queira proteção contra essa doença, em especial, aquelas em risco de exposição ao vírus:
- Crianças a partir de 1 ano de idade
- Pessoas que viajam para áreas de alta endemicidade de hepatite A
- Profissionais de saúde que têm contato com pacientes infectados
- Pessoas com doença hepática crônica
- Pessoas que usam drogas injetáveis
- Homens que têm relações sexuais com outros homens
- Pessoas que vivem em comunidades ou casas onde ocorreram surtos de hepatite A
- Pessoas com coagulopatias ou distúrbios hemorrágicos
Vacina contra Hepatite B
A vacina contra hepatite B é composta por uma proteína do envelope do vírus da hepatite B e é segura e altamente eficaz em prevenir a infecção pelo vírus.
A vacinação contra hepatite B é recomendada para:
- Recém-nascidos, geralmente administrada nas primeiras 24 horas de vida
- Crianças e adolescentes que não foram vacinados anteriormente
- Pessoas com alto risco de exposição ao vírus, como profissionais de saúde, pessoas com múltiplos parceiros sexuais, usuários de drogas injetáveis e pessoas com doenças sexualmente transmissíveis
- Pessoas com doença hepática crônica ou problemas renais
- Pessoas que viajam para áreas de alta endemicidade de hepatite B
- Homens que têm relações sexuais com outros homens
- Pessoas com diabetes com idade entre 19 e 59 anos (recomendado pela Organização Mundial da Saúde)
É importante seguir o calendário de vacinação recomendado pelas autoridades de saúde, pois a proteção contra a hepatite é fundamental para evitar complicações hepáticas graves.
Se você não tiver certeza se foi vacinado contra a hepatite A ou B, consulte um profissional de saúde para avaliar a sua imunização e, se necessário, receber as doses recomendadas.
O plano de saúde cobre tratamento para hepatite?
O tratamento contra hepatite B e hepatite C faz parte do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O tratamento para esses dois tipos de hepatite geralmente envolve medicamentos antivirais de ação direta, medicamentos que são considerados tratamentos padrão e amplamente recomendados por órgãos de saúde nacionais e internacionais.
É importante ressaltar que, mesmo que o tratamento para hepatite B e hepatite C esteja incluído no Rol da ANS, ainda podem haver algumas variações na cobertura entre os diferentes planos de saúde.
Alguns planos podem oferecer opções de tratamento diferentes, ter os seus medicamentos preferenciais ou exigir autorizações prévias para a realização do tratamento.
Por isso, é fundamental verificar as informações específicas do seu plano de saúde junto à operadora ou consultar a apólice para entender os detalhes da cobertura.
Posso tratar hepatite pelo SUS?
Sim, o Sistema Único de Saúde oferece tratamento para hepatite, incluindo hepatite B e hepatite C, de forma gratuita para todos os cidadãos brasileiros.
O tratamento é disponibilizado por meio dos serviços de saúde pública como hospitais, centros de referência e unidades básicas de saúde.
O tratamento para hepatite no SUS segue as diretrizes e protocolos clínicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Além disso, o SUS também oferece vacinas para prevenir a hepatite A e hepatite B, como parte do Programa Nacional de Imunizações.
Para saber mais sobre outros tipos de hepatite, como a hepatite medicamentosa e por consumo excessivo de álcool, confira o nosso artigo Hepatite: entenda tudo sobre a doença e suas variações.