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Câncer de Próstata: respondemos 12 perguntas sobre a doença

cancer de prostata

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, estando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer). 

Ainda segundo o órgão, considerando homens e mulheres, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum.

Ele é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

Por ano, há aproximadamente 66 mil novos casos da doença no Brasil, que resultam em quase 16 mil mortes, de acordo com o Inca. Por isso, a importância de se prevenir. 

A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

O que é câncer de próstata?

O câncer de próstata se desenvolve quando células da próstata se multiplicam anormalmente e formam um tumor. 

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino, responsável por produzir parte do sêmen. 

Ela está localizada abaixo da bexiga, próxima ao reto, com tamanho parecido ao de uma noz.

A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

O combate à doença faz parte do calendário do Ministério da Saúde, denominado novembro azul.

O que pode causar o câncer de próstata? 

Não se sabe exatamente o que causa o câncer de próstata, mas alguns pesquisadores acreditam que mutações no código genético das células podem fazer com que elas não se desenvolvam normalmente.

Assim como o DNA é decisivo para as características genéticas herdadas de nossos pais, ele também pode induzir o organismo ao desenvolvimento de doenças, como alguns tipos de câncer.

Ao crescer, o câncer de próstata passa a invadir gradativamente os lobos direito e esquerdo da próstata, envolvendo a cápsula que reveste o órgão.

Depois ele chega aos tecidos ao seu redor, como as vesículas seminais e os linfonodos pélvicos.

6 fatores de risco para o câncer de próstata 

Histórico familiar

Uma pessoa com parente de primeiro grau que já teve o câncer, possui pelo menos duas vezes mais chances de desenvolvê-lo também. 

Idade

A incidência e a mortalidade do câncer são maiores após os 50 anos de idade.

Cerca de 60% dos casos da doença acontecem em pessoas com mais de 65 anos.

Raça

Homens com ascendência africana e caribenha têm mais chances de desenvolver o câncer de próstata. 

Obesidade

Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.

Síndrome de Lynch

Homens que possuem essa doença têm fator de risco aumentado para alguns tipos de câncer, entre eles, o de próstata.

Exposição ocupacional

A constante exposição a alguns tóxicos usados em indústrias, pode estar associada ao câncer de próstata:

  • Aminas aromáticas, comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio;

  • Arsênio, usado como conservante e como agrotóxico;

  • Produtos derivados de petróleo;

  • Motor de escape de veículo;

  • Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA);

  • Fuligem;

  • Dioxinas.

Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?

Em sua fase inicial, o câncer de próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma. 

Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina).

Na fase avançada, pode provocar dor óssea, ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Como diagnosticar o câncer de próstata?

O diagnóstico do câncer de próstata pode ser feito precocemente, antes do início de qualquer sinal ou sintoma.

Para isso, o homem deve se consultar regularmente com um médico urologista, que deverá solicitar uma rotina de exames a partir dos 50 anos de idade.

Caso haja histórico familiar de câncer de próstata, os exames começam a partir dos 45 anos. 

Na consulta, o médico avalia o tamanho, a forma e a textura da próstata por meio do toque retal. 

Nenhum outro exame substitui o toque retal no diagnóstico precoce de qualquer anormalidade. 

A partir da consulta, o profissional pode ou não solicitar a realização de outros exames para realizar o diagnóstico de câncer.

Como é o exame de toque retal?

O exame de toque retal se tornou popular por ser o mais indicado para identificar alterações que podem ser sinal de câncer de próstata.

Contudo, ele também serve para avaliar outras condições, como prostatite (inflamação da próstata) e hiperplasia (aumento da próstata). 

O procedimento é rápido, indolor e não traz riscos à saúde.

Com luva hospitalar e lubrificante, o médico urologista insere um dedo no ânus do paciente e analisa a região por cerca de 10 segundos.

Pode ser solicitado que o paciente faça força, semelhante à utilizada ao evacuar, para relaxar a musculatura e permitir uma análise mais eficiente.

8 exames para o diagnóstico de câncer de próstata

Para o diagnóstico de câncer de próstata, o médico urologista realiza ou solicita os seguintes exames ao paciente:

  1. Exame de toque retal: realizado em consultório pelo médico urologista para avaliar tamanho, forma e textura da próstata.

  2. Exame de PSA: exame de sangue que mede a quantidade do antígeno prostático. Se o nível estiver elevado, pode indicar a presença de câncer ou de outras doenças da glândula, como hiperplasia benigna, infecções, ISTs, entre outras. 

  3. Biópsia: uma amostra da próstata é retirada para ser analisada no laboratório. É o exame capaz de confirmar a presença de um tumor. 

Além desses três exames principais, o médico pode solicitar outros para apoiar o diagnóstico. 

Eles também servem para verificar as áreas acometidas pelo tumor, se há metástase e qual o tratamento mais adequado. São eles:

  1. Tomografia: exame médico radiológico que permite visualizar as estruturas anatômicas da região na forma de cortes.

  2. Ressonância magnética: exame de diagnóstico por imagem, que não possui radiação e permite a captação de imagens detalhadas e tridimensionais de forma não invasiva.

  3. Eco-doppler colorido: exame de ultrassonografia que permite avaliar o aumento ou diminuição da vascularização na região examinada, além da velocidade do sangue dentro dos vasos sanguíneos.

  4. PET-CT: exame que determina o tamanho dos tumores e os focos de metástase.

  5. Cintilografia óssea: exame que verifica se os ossos foram atingidos.

Quando procurar o médico urologista?

Sempre que você apresentar sintomas como dor nos rins, dificuldades ou dor para urinar, vermelhidão ou desconforto nos genitais e sangue na urina, o urologista deve ser consultado.

Além disso, quaisquer incômodos durante as relações sexuais, feridas no pênis ou região escrotal, verrugas, coceira, vermelhidão, ejaculação precoce ou outros problemas sexuais também indicam a necessidade de consultar um profissional. 

Para os homens, o urologista deve ser consultado uma vez ao ano na fase adulta para acompanhamento de rotina. 

Ele equivale às consultas ao ginecologista feitas pelas mulheres. 

Como é o tratamento do câncer de próstata?

O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonioterapia e uso de medicamentos. 

Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser considerada.

Para a doença localizada que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos, o tratamento é por radioterapia ou cirurgia, quando necessário.

Para doença localmente avançada, deve ser feita radioterapia ou cirurgia, em combinação com tratamento hormonal.

Para doença metastática, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um. 

Plano de saúde cobre câncer de próstata?

Sim, tanto as consultas, quanto os exames e tratamento para o câncer de próstata podem ser realizados pelo plano de saúde.

Eles fazem parte do Rol de Procedimentos e Eventos ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que têm cobertura obrigatória pelos convênios médicos

O tratamento para o câncer de próstata pode ser feito pelo SUS?

Sim. A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Portaria Nº 868, de 16 de maio de 2013) estabelece que o tratamento do câncer deve ser feito em estabelecimentos de saúde habilitados, de forma gratuita.

De acordo com o Inca, existem atualmente 317 unidades e centros de assistência para o tratamento do câncer. 

São conhecidas como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).

Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas.

7 dicas para prevenir o câncer de próstata

  • Ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença;

  • Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos;

  • Descendentes de negros apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença, portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;

  • Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença, por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos;

  • Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos,  já aqueles com PSA acima desse valor devem fazer o exame anualmente;

  • Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente comuns, mas para não correr riscos é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica detalhada e criteriosa;

  • Visitas periódicas ao urologista devem ser feitas na fase adulta para acompanhamento de rotina.

Agora que você já sabe da importância de prevenir o câncer de próstata veja: Quando procurar o urologista? Conheça os sinais de alerta.

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