Os cuidados na gravidez envolvem a gestação, parto e puerpério, sendo um tema mundial relevante no quesito saúde da mulher e constitui pauta da Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nas últimas décadas, o Brasil apresentou redução significativa nos indicadores das mortalidades materna e infantil, porém ainda há muito trabalho a ser feito.
De acordo com os dados do setor apurados e analisados pela OMS nos últimos cinco anos, cerca de 26% das gestantes não tiveram acesso ou o acesso foi inadequado ou intermediário ao pré-natal.
Aproximadamente 56% dos nascimentos foram por cesariana, a taxa de prematuridade ainda é superior a 10% dos nascimentos; foram registrados em torno de 49 mil casos de sífilis materna, com 25 mil casos de sífilis congênita, dos quais 38% foram diagnosticados tardiamente, no momento do parto ou após o parto.
Em 2010, o Ministério da Saúde publicou as diretrizes para a organização das Redes de Atenção à Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 2011, as diretrizes específicas para a implantação da Rede Cegonha, como estratégia central para organização e qualificação da atenção à saúde da mulher e da criança.
Contudo, os problemas enfrentados pela mulher nessa fase podem ser evitados com cuidados no pré-natal, orientação e informação de qualidade.
Neste artigo, nós vamos falar sobre o que deve ser considerado para a saúde da mulher na gestação, parto e puerpério, quais os cuidados necessários nessa fase, como fazer para evitar doenças e complicações neste período e se o plano de saúde cobre pré-natal, gestação, parto e puerpério.
Cuidados na gravidez: o que é a saúde da mulher na gestação, parto e puerpério?
Saúde da mulher na gestação, parto e puerpério é o conjunto de ações e medidas que compõem os cuidados na gravidez e visam a preservar a saúde da gestante e futura mamãe em uma das fases mais importantes da vida.
Os esforços do Ministério da Saúde concentram-se em promover e prestar assistência à mulher gestante, como forma de prevenir doenças que podem afetar a sua saúde e a do bebê, a fim de evitar patologias e garantir um parto saudável.
As iniciativas compreendem todos os cuidados necessários durante a gravidez (também chamado de pré-natal), parto (que corresponde ao nascimento do bebê) e puerpério (que considera o período do pós-parto até que o corpo feminino volte ao seu estado normal, anterior à gravidez).
O que é Pré-natal?
Pré-natal é o acompanhamento médico da gestante desde a intenção de engravidar, ao momento da descoberta da gravidez, gestação e nascimento da criança.
O pré-natal tem um papel fundamental na saúde da mulher, pois permite a prevenção e detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, visando um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante.
Por meio de consultas e exames periódicos durante toda a gravidez, e uma anamnese detalhada do histórico de saúde da gestante, o médico ginecologista ou obstetra pode orientar a mulher sobre a conduta mais adequada para uma gestação mais tranquila e saudável.
Um pré-natal bem realizado pela gestante contribui para um parto sem intercorrências e mais saúde para a mãe e o bebê.
Quando iniciar o Pré-natal?
A mulher não precisa esperar a confirmação da gravidez para iniciar o pré-natal.
Quando há um planejamento familiar e uma intenção de engravidar a mulher deve procurar seu médico ginecologista para receber as primeiras informações e realizar os exames iniciais para preparar o seu corpo e sua vida para essa fase tão importante.
As vacinas na gravidez também desempenham um papel essencial durante o pré-natal.
5 benefícios do Pré-natal
- Identificar doenças que já estavam presentes no organismo, como hipertensão arterial, diabetes, doenças do coração (link), anemias, sífilis, etc;
- Detectar problemas fetais, como más formações e efetuar o tratamento durante a gestação, sempre que possível;
- Identificar precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando convulsões e coma (esta patologia constitui uma das principais causas de mortalidade no Brasil);
- Preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre gravidez, parto e o cuidado com o recem nascido;
- Orientar sobre alimentação, exercícios físicos, relações sexuais e uso de medicamentos na gravidez.
Qual é a quantidade de consultas ideal durante o pré-natal?
O ideal é que a paciente tenha no mínimo seis consultas de pré-natal.
No entanto, caso seja possível, a gestante deverá realizar consultas mensais até o final da gestação.
Quando a data do parto estiver próxima, já no oitavo mês, recomenda-se que as consultas sejam semanais.
Se a gestante apresentar complicações gestacionais, como por exemplo, pressão alta e diabetes, o número de consultas deve ser revisto pelo médico responsável.
Quais são os cuidados principais que a mulher deve ter durante a gestação, parto e puerpério?
Durante esse período é importante que a mulher realize o pré-natal com o seu médico ginecologista ou obstetra. Ele é quem irá solicitar todos os exames, dará as informações necessárias e fará o acompanhamento da saúde da gestante.
Para uma gestação mais tranquila e sem complicações é importante que a mulher tenha uma alimentação saudável, realize exercícios físicos leves, como caminhada e hidroginástica, ou mantenha a sua rotina de treino que já estava habituada, de acordo com a orientação do seu médico.
As relações sexuais podem acontecer normalmente, mas é recomendado que a mulher use preservativo, pois é o método que previne contra doenças sexualmente transmíssiveis que podem afetar tanto a saúde da mãe, quanto do bebê.
Dormir bem, fazer o controle da pressão arterial, evitar ansiedade e estresse contribuem para que a mulher evite parto prematuro ou outras intercorrências na gravidez.
Plano de saúde cobre pré-natal, parto e puerpério?
Sim, todos os planos de saúde devem cobrir as consultas e os principais exames realizados durante o pré-natal, parto e puerpério, que fazem parte do rol ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
O parto também deve ser coberto pelo convênio médico. Entretanto, é importante verificar junto à operadora do seu plano quais são os procedimentos que possuem cobertura, de acordo com o produto que você contratou.
O rol de procedimentos e eventos ANS é válido para os usuários de planos contratados a partir de 1 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9656/98.
Agora que você já sabe a importância de iniciar os cuidados com a gestação desde o início veja também Plano de saúde recem nascido: o que é, como funciona e qual o valor.