O Déficit de Atenção (DDA) em crianças é um distúrbio cuja principal característica reside na falta de concentração e foco em atividades rotineiras.
Ele também pode vir acompanhado de impulsividade.
O Déficit de Atenção pode ser confundido com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mas são conceitos diferentes. O principal fator reside no fato de o segundo incluir também a hiperatividade, como característica.
Neste artigo nós vamos falar sobre o que é DDA, qual a diferença para o TDAH, quais as causas, sintomas e se o plano de saúde cobre o tratamento.
O que é DDA – Déficit de Atenção?
As pessoas com DDA, sejam crianças ou adultos, normalmente são distraídas e têm dificuldade de se concentrar e colocar foco nos seus objetivos e atividades rotineiras.
O paciente com DDA sobre de uma disfunção no funcionamento do córtex pré-frontal, área responsável pela atenção, organização, controle de impulsos e capacidade de expressar sentimentos, por exemplo.
Esse problema ocorre, em parte, pela deficiência do neurotransmissor Dopamina, considerado como um dos hormônios da felicidade.
Pacientes com DDA também apresentam, em grande parte dos casos, dificuldade de organização, seja do tempo ou do espaço, bem como dificuldade de tirar ensinamento dos erros cometidos.
Além disso, tendem a procrastinar, adiando as tarefas sempre que possível.
Quais são as causas do DDA em crianças?
Acredita-se que a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro são as principais causas do transtorno do déficit de atenção.
Entretanto, alguns especialistas também indicam que fatores ambientais e neurológicos podem estar envolvidos.
Qual a diferença entre DDA e TDAH?
Ambos são transtornos neurobiológicos de origem genética, assim reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A principal diferença entre Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é a hiperatividade que caracteriza as pessoas do segundo grupo.
A pessoa que tem TDAH, por exemplo, apresenta sintomas de desatenção, inquietude excessiva, impulsividade e hiperatividade desde a infância. Esses sintomas acompanham o indivíduo por toda a vida, mesmo que minimizados.
Os pacientes com DDA apresentam sintomas semelhantes porém em menor grau e que não são considerados como hiperatividade.
A identificação de um ou outro transtorno depende de avaliação médica.
28 sintomas de Déficit de Atenção (DDA)
Em geral, pacientes com DDA apresentam vários dos sintomas relacionados a seguir.
- Desatenção
- Hiperatividade;
- Comportamento impulsivo;
- Baixo desenvolvimento escolar;
- Dificuldade de concentração;
- Cometer erros por absoluto descuido;
- Distração com facilidade;
- Esquecimento das atividades ou de onde colocam seus pertences;
- Dificuldade em ouvir os outros;
- Incapacidade de terminar tarefas e concluir projetos;
- Dificuldade para o estabelecimento de objetivos definidos e de planos para o futuro;
- Dificuldade em expressar sentimentos;
- Sentimento de tédio e apatia;
- Falta de motivação;
- Letargia;
- Sensação de vazio;
- Dificuldade de ficar parado ou de ficar sentado por longos períodos;
- Fala excessiva ou pouca;
- Dificuldade em esperar a sua vez;
- Intromissão;
- Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas;
- Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
- Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente;
- Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos ou deveres direcionados a ele;
- Evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado;
- Perde informações e acessórios necessários para tarefas ou atividades;
- Pode ser facilmente distraído por estímulos externos;
- Esquece atividades cotidianas.
Quais as consequências do DDA?
A desatenção ocasionada pelo DDA pode trazer prejuízos para a vida do indivíduo como um todo.
Nas crianças, por exemplo, o DDA pode ocasionar problemas na vida escolar, uma vez que o aluno tem mais dificuldade em absorver as matérias devido à falta de atenção, distração e perda de tempo ou esquecimento na execução de tarefas.
A criança com DDA também não escuta os comandos dados pelos professores e tende a terminar as atividades com maior atraso do que o restante da turma.
Muitas vezes, ela também pode ter dificuldade em estabelecer vínculos de amizade com outras crianças.
A impulsividade é também um sintoma comum e apresenta-se em situações como: não conseguir esperar sua vez, não ler a pergunta até o final e responder, interromper os outros, agir sem pensar.
Caso identifique os sintomas no aluno é importante que os professores informem aos pais para que eles possam fazer o diagnóstico com médico psiquiatra, neurologista, psicólogo e, até mesmo, fonoaudiólogo, dependendo dos sintomas.
Os adultos com DDA podem ter dificuldade na vida profissional no que tange ao cumprimento de prazos no trabalho, organização de atividades (do lar e do trabalho), definição de metas e vários outros.
Em todas as faixas etárias, portadores do transtorno estão sujeitos a desenvolver comorbidades, isto é, a desenvolver simultaneamente distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão.
Como é o tratamento de pacientes com DDA?
O tratamento para pacientes com DDA envolve psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos.
A terapia tem o objetivo de ajudar o paciente a estabelecer uma relação saudável consigo e com os outros, a estabelecer foco e concentração em atividades e objetivos.
A intervenção medicamentosa contribui para o equilíbrio biológico. O uso de medicamentos com fórmulas que atuam no lugar da dopamina, regulam as atividades do córtex pré-frontal e contribuem para a melhora dos sintomas.
Além disso, o suporte da família para crianças com DDA é fundamental para que ela consiga atenuar e superar os sintomas do problema na adolescência e fase adulta.
Plano de saúde cobre tratamento para DDA?
Sim. O CID F90, da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), compreende os transtornos hipercinéticos que caracteriza os pacientes com DDA e TDAH.
O transtorno faz parte do rol ANS que contém a relação de todos os eventos, consultas, exames e terapias que os planos de saúde são obrigados a incluir.
Entretanto, é importante verificar junto à operadora do seu plano de saúde quais os procedimentos que estão inclusos.
O rol de procedimentos e eventos ANS é válido para os usuários de planos contratados a partir de 1 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9656/98.
Agora que você já sabe mais sobre DDA e TDAH veja também Plano de Saúde: ANS determina fim das sessões de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional.