Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): conheça tudo sobre a doença
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), também conhecido como autismo, é uma condição neurológica do desenvolvimento que afeta a capacidade da pessoa de se comunicar e interagir socialmente.
As pessoas com autismo geralmente apresentam dificuldades em se comunicar e de se relacionar com outras pessoas, além de comportamentos repetitivos e restritivos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1 em cada 160 crianças no mundo tenha transtorno do espectro autista (TEA).
No Brasil, a prevalência exata é desconhecida, mas estima-se que existam cerca de 2 milhões de pessoas com TEA no país.
O autismo afeta mais os meninos do que as meninas, com uma proporção de cerca de 4:1.
Os sintomas geralmente aparecem na primeira infância, embora o diagnóstico possa ser feito mais tarde.
O dia 2 de abril é considerado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
Essa data foi escolhida com o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Neste artigo, nós vamos abordar o que é autismo, quais são as causas, como se relacionar com o indivíduo autista, e se o plano de saúde cobre tratamento para autismo.
O que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurológico do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento da pessoa.
É chamado de “espectro” porque os sintomas e a gravidade podem variar amplamente de pessoa para pessoa.
Algumas pessoas com TEA têm dificuldades graves de comunicação e comportamento, enquanto outras têm dificuldades mais leves.
8 sintomas e comportamentos comuns do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
Os sintomas do TEA geralmente aparecem na infância e podem incluir:
Dificuldades na comunicação
Pessoas com autismo podem ter dificuldades em iniciar e manter conversas com os outros, entender as nuances da comunicação não verbal, como tom de voz e expressões faciais, e podem ter dificuldades em interpretar o significado das palavras.
Problemas de interação social
Pessoas com autismo podem ter dificuldades em estabelecer e manter relacionamentos interpessoais significativos, preferindo atividades isoladas ou ter dificuldades em entender as necessidades emocionais e sociais dos outros.
Comportamentos repetitivos e restritivos
Pessoas com autismo podem ter interesses obsessivos e fixações em determinados temas, podem realizar movimentos repetitivos, como bater as mãos, balançar o corpo ou girar objetos, e podem se sentir desconfortáveis com mudanças na rotina.
Hipersensibilidade sensorial
Algumas pessoas com autismo podem ser muito sensíveis a estímulos sensoriais, como ruídos altos, luzes brilhantes, texturas e cheiros, o que pode causar reações emocionais intensas.
Dificuldades na aprendizagem e na resolução de problemas
Pessoas com autismo podem ter dificuldades em processar e compreender informações complexas, apresentando dificuldades acadêmicas e na resolução de problemas.
Falta de autocontrole emocional
Algumas pessoas com autismo podem exibir comportamentos desafiadores, como explosões de raiva ou agressão, quando confrontados com situações estressantes ou inesperadas.
Dificuldades na compreensão da linguagem
Algumas pessoas com autismo podem ter dificuldades em entender a linguagem falada ou escrita, especialmente se as instruções ou informações forem muito complexas ou abstratas.
Dificuldades com mudanças na rotina
Pessoas com autismo podem ter dificuldades em lidar com mudanças na rotina, apresentando resistência a alterações em suas atividades diárias.
Quais são as causas do autismo?
As causas exatas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda não são totalmente conhecidas.
No entanto, pesquisas sugerem que existem fatores genéticos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do TEA.
Pessoas com um irmão ou parente de primeiro grau com autismo têm um risco maior de desenvolver a condição.
Alguns genes foram identificados como potencialmente envolvidos no autismo, mas a maioria dos casos de autismo é considerada multifatorial, envolvendo a interação de vários genes.
Alguns estudos também associam o autismo a certos fatores de risco durante a gravidez, como infecções maternas, exposição a toxinas ambientais e níveis elevados de estresse materno.
No entanto, esses fatores de risco não são uma causa definitiva do autismo.
Como é feito o diagnóstico de autismo?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é feito por profissionais de saúde mental, como psiquiatras, psicólogos e neuropediatras, que avaliam as habilidades sociais, emocionais, cognitivas e de linguagem do indivíduo.
O processo de diagnóstico geralmente envolve uma avaliação abrangente, como:
Histórico médico e de desenvolvimento
O profissional de saúde mental irá revisar o histórico médico e de desenvolvimento do indivíduo, incluindo informações sobre o desenvolvimento infantil, sintomas atuais, comportamentos e habilidades sociais, emocionais, cognitivas e de linguagem.
Observação direta
O profissional de saúde mental irá observar o indivíduo em diferentes ambientes e situações para avaliar as habilidades sociais, emocionais e comportamentais.
Testes padronizados
O profissional de saúde mental pode utilizar testes padronizados para avaliar as habilidades cognitivas e de linguagem do indivíduo.
Entrevistas com os pais e/ou cuidadores
O profissional de saúde mental pode realizar entrevistas com os pais e/ou cuidadores do indivíduo para obter informações adicionais sobre o histórico de desenvolvimento, comportamentos e habilidades sociais, emocionais, cognitivas e de linguagem do indivíduo.
Tipos de autismo: conheça as 4 principais variações do espectro autista
Não existem diferentes tipos de autismo, mas sim diferentes níveis de gravidade que podem variar de pessoa para pessoa.
Autismo clássico ou autismo de Kanner
Também conhecido como autismo infantil, é a forma mais severa de TEA.
Os indivíduos com autismo clássico apresentam dificuldades significativas na comunicação social, interação social e comportamentos repetitivos ou restritos.
Síndrome de Asperger
É uma forma mais leve de TEA.
Indivíduos com síndrome de Asperger apresentam habilidades de linguagem e inteligência médias ou acima da média, mas apresentam dificuldades na interação social e comportamentos repetitivos ou restritos.
As pessoas com Síndrome de Asperger geralmente têm habilidades linguísticas preservadas e inteligência dentro da faixa normal.
Transtorno Desintegrativo da Infância
Indivíduos com Transtorno Desintegrativo da Infância apresentam um desenvolvimento normal até cerca dos 2-3 anos de idade, mas depois perdem habilidades sociais, de linguagem e comportamentais.
Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação
Indivíduos que não se enquadram nos outros subtipos do TEA, mas ainda assim apresentam dificuldades significativas na comunicação social, interação social e comportamentos repetitivos ou restritos.
É importante lembrar que o TEA é um espectro, e cada indivíduo com autismo tem habilidades e desafios únicos.
O diagnóstico e o tratamento devem ser adaptados às necessidades individuais de cada pessoa com autismo.
Como se relacionar com um autista?
Relacionar-se com uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode exigir algumas adaptações e estratégias específicas.
Aqui estão algumas dicas para se relacionar com um autista:
Comunique-se de forma clara e direta
As pessoas com autismo podem ter dificuldades em interpretar expressões faciais, linguagem corporal e sarcasmo, por isso é importante falar de forma clara e direta.
Seja paciente
Pessoas com autismo podem ter dificuldades em expressar seus pensamentos e sentimentos e podem precisar de mais tempo para processar informações e responder.
Respeite o espaço pessoal
Algumas pessoas com autismo podem ser sensíveis ao toque ou a estímulos sensoriais, portanto, é importante respeitar seu espaço pessoal e suas necessidades sensoriais.
Reconheça as habilidades e interesses
As pessoas com autismo podem ter habilidades e interesses únicos e podem se destacar em áreas específicas.
É importante reconhecer essas habilidades e interesses e encorajar seu desenvolvimento.
Esteja disposto a se adaptar
As pessoas com autismo podem precisar de adaptações em ambientes sociais e de trabalho, como iluminação, ruído e rotina.
Esteja disposto a fazer ajustes para ajudar a pessoa com autismo a se sentir mais confortável.
Procure compreender o TEA
Aprender sobre o TEA e suas características pode ajudá-lo a entender melhor a pessoa com autismo e a se comunicar de forma mais eficaz.
A melhor maneira de se relacionar com um autista é ouvir e respeitar suas necessidades individuais e aprender como você pode oferecer suporte e ajudar a pessoa a se sentir confortável e incluída.
Autismo tem cura?
Não há cura conhecida para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas o tratamento pode ajudar as pessoas com autismo a lidar com os sintomas e desenvolver habilidades importantes para a vida diária.
O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir:
Terapia comportamental e cognitiva
A terapia comportamental pode ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades sociais e de comunicação, bem como reduzir comportamentos repetitivos e restritivos.
Terapia ocupacional
Pode ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades motoras finas e grossas, bem como a capacidade de se envolver em atividades da vida diária.
Terapia da fala
Pode ajudar a pessoa com autismo a melhorar a comunicação e a compreensão da linguagem.
Intervenção educacional
Pode ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades acadêmicas e sociais, bem como a interagir com outras pessoas.
Medicamentos
Algumas medicações podem ajudar a controlar os sintomas de ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos.
Plano de saúde cobre tratamento para TEA?
Sim, planos de saúde cobrem o tratamento para autismo, que inclui consultas médicas, terapias e exames, desde que estejam dentro das coberturas previstas no contrato e do rol de procedimentos e eventos ANS.
Desde 2012, a Lei Berenice Piana, também conhecida como Lei do Autismo, estabeleceu que a cobertura de tratamento para TEA deve ser obrigatória para todos os planos de saúde.
No entanto, a aplicação da lei pode variar de acordo com o plano e a região.
Além disso, é importante verificar as condições específicas do seu plano de saúde, incluindo as limitações e exclusões de cobertura, para ter certeza de quais serviços estão incluídos.
Se você estiver enfrentando dificuldades com a cobertura do seu plano de saúde para o tratamento do TEA, é importante entrar em contato com a seguradora e buscar informações sobre seus direitos e opções de recurso.
Além disso, você pode procurar ajuda de organizações de apoio ao autismo, que podem oferecer informações e recursos adicionais.
Agora que você já conhece as principais características do Transtorno do Espectro do Autismo veja também também TDAH OU DDA? Respondemos 7 perguntas sobre o Déficit de Atenção Infantil
Uma resposta em “Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): conheça tudo sobre a doença”
Amei a matéria!
Recentemente fui diagnosticada com TEA e TDAH, tenho 63 anos,e sempre sofri, porque não sabia qual era a minha doença,agora foi um alívio saber que não sou doente ,só sou diferente,quase ninguém fala em autismo nas pessoas adultas.